Kannagi

Um garoto vive praticamente sozinho, isso já que o seu pai nunca está em
casa. Quem acaba fazendo companhia dele é sua amiga de infância. Mas
essa calmaria acaba quando ele, em um trabalho do clube de artes, fez
uma escultura usando uma árvore sagrada.

Quando ele fez essa escultura não sabia ele que o poder daquela árvore
faria o deus que estava nela assumir a forma humana que ele esculpiu.
Assim aquela casa ganhou mais uma boca para ser alimentada e nunca mais
teve aquela paz de antes.

A garota disse, que não sabia de muita coisa, assumiu o serviço de
eliminar as impurezas, com a ajuda do garoto que como tinha um forte
poder espiritual também conseguia as enxergar. Depois de um tempo ela
passou a estudar na escola dele também, como a meia-irmã dele, uma forma
de tentar explicar a situação para o pessoal.

Só que como em toda história onde um garoto e uma garota dormem sob o
mesmo teto, ainda que se tentem se tratar como família, acaba ainda
rolando alguma coisa. Adicione a amiga que já ficou de olho nela e ao
fato de que naquela cidade não havia só uma árvore sagrada, porém duas…
logicamente duas garotas com poderes para ajudar na história.

É uma história que vai forte nas religião xintoísta, budista, etc. Mesmo
que já tenha visto várias outras histórias com temas próximos ainda não
é fácil de entender direito. Não é só uma questão de entender a ideia
básica em si, mas, por exemplo, só todo o conceito politeísta dessa
religiões é uma barreira.

Tirando essa parte é bem divertido, mostra também um pouco da cultura
dos animes, uma pitada de como funciona a indústria deles, vida escolar,
arte, romances, chegando até a mostrar como as pessoas lidam com os
relacionamentos do mesmo sexo.

Outra coisa que achei bom foram as músicas, tanto a de abertura como de
encerramento. Essa última, voltando ao tema de dois parágrafos antes, me
surpreendeu com uma palavra: “kami-tachi”, algo como o plural de deus, o
que realmente mostrou que fico um tanto chocado com o politeísmo. É
Japão, né?